Desmistificação de estereótipos de gênero para promover mulheres fortes no local de trabalho

21/05/2021 | Connson Locke

Muitas mulheres, em ambientes profissionais, relatam enfrentar problemas de assertividade. Muitas vezes, as mulheres evitam funções de liderança decisivas por medo das críticas. Esta questão é de particular relevante para a professora Connson Chou Locke, docente titular de Management da London School of Economics and Political Science (LSE). Como parte de seu ensino sobre liderança, comportamento organizacional e negociação, a professora Locke busca desmistificar estereótipos de gênero para o benefício de todas as pessoas.

Em sua experiência, a professora Locke tem observado que algumas mulheres relatam ser chamadas de "agressivas" ou "impositivas" em vez de "confiantes" ou "ousadas" quando se dedicam a seus projetos no local de trabalho. Em compensação, seus companheiros masculinos assumem com facilidade uma atitude de segurança própria e, muitas vezes, são elogiados por isto. Naturalmente, isto impede que algumas mulheres tenham estilos de gestão assertivos. 

No entanto, as mulheres precisam se impor para serem levadas a sério em seus papéis de liderança. Consequentemente, a pesquisa da Professora Locke levanta o questionamento: o que está acontecendo aqui e o que podemos fazer a respeito? Como podemos eliminar os estereótipos de gênero e a resistência contra mulheres fortes? E, talvez o mais importante, como podemos transformar estas atitudes para ajudar tanto homens quanto mulheres a atingirem todo o seu potencial?

Agêntico x comunal

De acordo com Locke, o principal culpado é o estereótipo de que supostamente os homens são "agênticos" (fortes, assertivos, decididos) enquanto se supõe que as mulheres são "comunais" (gentis, compreensivas, carinhosas). Aprendemos essas convenções de forma subconsciente desde cedo: os meninos são ensinados a parar de chorar e a serem fortes, enquanto as meninas devem brincar com delicadeza e cuidar dos irmãos. 

Estes estereótipos são desatualizados, da época em que a sociedade tinha uma visão de gênero muito mais normativa. Hoje, cada vez mais mulheres estão assumindo papéis de liderança, enquanto muitos homens estão ampliando a participação na vida familiar. Essas mudanças significam que devemos pensar além dessa velha maneira de ver o mundo, principalmente em contextos profissionais.

A resistência para romper esses moldes é algo experimentado tanto por homens quanto mulheres. Como parte de seus estudos, a Professora Locke descobriu que mulheres que se auto promovem (agênticas) e homens que são mais discretos (comunais) são julgados negativamente. No entanto, a diferença chave é abordar esses juízos.

Abordar um desafio complexo 

Infelizmente, a solução é mais fácil para homens que desejam manter suas posições de liderança: ser mais agênticos. Isto é o que se supõe que os líderes deveriam ser, o que é coerente com o estereótipo masculino. Problema resolvido. Entretanto, para as mulheres, a solução não é tão clara assim. Para serem consideradas líderes competentes, elas precisam ser agênticas, mas isto gera resistência. Em compensação, quando se comportam comunalmente, elas são bem consideradas, mas não parecem ter traços de personalidade coerentes com as qualidades de líder.

Por este motivo, cursos de liderança para mulheres, como o Curso Santander | SW50 Leadership Programme - LSE, são tão importantes: exercer influência é mais complexo para as mulheres do que para os homens. Como um requisito de liderança é ser agêntico, como as mulheres em posições de liderança podem evitar reações negativas?

Locke resume suas ideias em duas partes. Em primeiro lugar, é imprescindível aprender a equilibrar os comportamentos agênticos e comunais. Isto poderia significar combiná-los ao mesmo tempo, por exemplo, usando linguagem corporal que reúne confiança e amabilidade (falar com firmeza e sorrindo, ao mesmo tempo). Ou poderia significar escolher o estilo adequado para cada situação, como equilibrar tomadas de decisões unilaterais com participação da equipe.

Em segundo lugar, aprender a ser assertivo de forma não verbal. Por exemplo, se alguém tentar interromper, em vez de falar "Ainda não terminei!", você poderia aumentar o tom de voz e continuar falando. Aprender a usar canais não verbais (linguagem corporal, expressões faciais e qualidades vocais) é uma forma poderosa de se comunicar e de exercer influência.

Eliminar estereótipos de gênero para um futuro melhor 

Sem dúvidas, para que cada profissional possa atingir seus objetivos, precisamos abandonar os estereótipos de gênero. Uma boa liderança é definida pela capacidade de formar equipes e de negociar, não pelo gênero da pessoa que se ocupa dessas tarefas. Este é o princípio-chave do Curso Santander | SW50 Leadership Programme - LSE: ensinar habilidades de liderança para que as mulheres se tornem mais influentes, persuasivas e tenham mais impacto - criando novos paradigmas nos estilos de liderança.

Afinal, precisamos estar cientes de como os estereótipos de gênero impedem que homens e mulheres atinjam seu verdadeiro potencial. Os homens devem ser aceitos em papéis comunais (por ex., cuidar dos filhos e das tarefas domésticas), da mesma forma que as mulheres devem ser aceitas em papéis de liderança. Ser agêntico e comunal são qualidades de liderança muito úteis, mas que não devem ser divididas por gênero. 

O ideal é que todos os líderes, homens e mulheres, tenham equilíbrio entre comportamentos agênticos e comunais. Afinal, o poder ‘brando’ é tão importante quanto as habilidades ‘rígidas’; conquistar os corações e as mentes dos membros das equipes é chave para o sucesso contínuo. Imagine o quanto o mundo seria diferente se valorizássemos a compaixão dos nossos líderes do mesmo modo que valorizamos sua firmeza. 

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Connson Locke

Professora Connson Chou Locke, docente de Management da London School of Economics and Political Science (LSE).

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